domingo, 19 de outubro de 2014

Padrões de escrita musical

Três palavrinhas sobre o som

Um som, para ser considerado uma nota musical, deve necessariamente possuir uma frequência definida. Frequência nada mais é do que a quantidade específica de vibração que um corpo produz num intervalo de 1 segundo, capaz de produzir ruído. Ela é medida em hertz, nome dado em homenagem ao físico alemão Heinrich R. Hertz (1857-1894) que estudava as propriedades do som.

Estima-se que, em geral, as pessoas só conseguem ouvir os sons cuja vibração esteja entre 20 e 20 mil hertz, sendo 20 Hz o som mais grave (grosso) de todos que se consegue perceber, e 20 000 Hz o mais agudo (fino).

O som possui uma propriedade muito interessante, chamada de intervalo justo consonântico perfeito. Tomemos como exemplo a nota  que possui aproximadamente 262 Hz. Ao dobrarmos o número de vibrações dessa nota, obteremos um som de 524 Hz, que apresenta uma semelhança incrível com aquele . Tal é a semelhança, que lhe damos o mesmo nome de , pois a única diferença é que este  de 524 Hz é mais agudo do que o  de 262 Hz.

Estamos agora diante de um fenômeno que possibilita dar o mesmo nome a uma infinidade de sons, pois a cada intervalo justo consonântico perfeito (gerado pela duplicação da quantidade de vibrações) temos um som semelhante.

Considerando que a quantidade de vibrações por segundo (hertz) será cada vez menor na medida em que o som fica mais grave, haverá um limite que coincidirá com a inércia total do corpo. Nesse caso, a infinitude teórica da escala musical é em direção ao agudo.

O sistema musical do ocidente, aperfeiçoado durante o período Barroco (sobre o Barroco estudaremos quando estivermos analisando a História da música), costuma dividir o intervalo justo em 7 notas e em 12 semitons, que se repetem infinitamente para o agudo - isso pelo menos na teoria.

A imagem acima ilustra as notas musicais dispostas como em uma escada, onde os degraus representam os semitons encontrados na escala. Como foi dito, a escala musical começa com a nota mais grave que se consegue ouvir e sobe, teoricamente, rumo ao infinito, sem fim. A disposição das notas e de seus semitons estão organizados da seguinte maneira:




A imagem acima ilustra o intervalo (distância) entre cada nota e seus semitons, de maneira cíclica. Note-se que em ambas as imagens o intervalo entre as notas mi e entre as notas si e é mínimo, ou seja, é de apenas meio tom (um semitom), ao passo que o intervalo entre todas as demais é de um tom (dois semitons). Quando a disposição das notas com seus tons e semitons acontece exatamente assim, ela recebe o nome de diatônica maior.

Há ainda os sistemas musicais do oriente, que dividem seu intervalo justo de maneira diversa da que conhecemos. Um exemplo disso é o sistema indiano, que tanto pode dividi-lo em 22 partes (sistema hindustâni) ou em 24 partes (sistema narcático).

Os sistemas orientais variam de região para região, de acordo com a cultura do lugar.

Os sistemas de escrita

Atualmente os padrões de escrita musical mais conhecidos são a partitura, a tablatura e a cifra; mas existem outros, que ainda não alcançaram tanta popularidade ou que ainda não se desenvolveram satisfatoriamente. Um bom exemplo disso é o baixo cifrado, muito comum entre os compositores barrocos.

A partitura é o sistema de escrita mais utilizado, tanto por músicos profissionais, quanto por aqueles que fazem música por lazer ou diversão. Sua lógica intelectiva se baseia na utilização de uma pauta de cinco linhas e figuras representam a duração do tempo como em um gráfico; ou seja, conforme a posição em que as figuras de valor são postas mais acima ou mais abaixo as notas ficam mais agudas ou mais graves. A fim de otimizar a utilização de um suporte tão pequeno de uma pauta de cinco linhas, emprega-se o uso de claves diversas, cujo objetivo é indicar a altura exata da nota (grave ou agudo). Veja-se o exemplo:




A tablatura (ou tabulatura) é Outro sistema interessante, desenvolvido especialmente para instrumentos de cordas (com espelho trastejado). Esta consiste no emprego de linhas horizontais, que representam as cordas de um instrumento, olhado sob o ângulo de quem o toca, e de números, que representam as casas onde as cordas são pressionadas. Assim sendo, cada instrumento exigirá uma tablatura específica para si; pois cada instrumento tem uma quantidade de cordas e afinação própria. Em resumo, há uma tablatura para violão, outra para cavaquinho etc.



Tablatura para violão com partitura


A cifra é um sistema muito simples de representação de acordes, em que se combinam letras e números a fim de dar maior precisão na determinação desse acorde. Veja-se:


C = acorde de dó maior
D = acorde de ré maior
E = acorde de mi maior
F = acorde de fa maior
G = acorde de sol maior
A = acorde de la maior
B = acorde de si maior



Nenhum comentário:

Postar um comentário